sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Pato Mergulhão

   O pato-mergulhão é uma ave anseriforme da família Anatidae. Também conhecido como merganso do sul, mergulhador, patão e pato-mergulhador.

   O Mergus octosetaceus só sobrevive em ecossistemas ambientalmente equilibrados, em especial aqueles em que há cursos d'água limpos e transparentes. Por causa dessa peculiaridade - e dada a delicada situação dos recursos hídricos do planeta no século 21 -, não é de espantar que essa ave aquática seja classificada como “criticamente em perigo” nas listas das espécies consideradas em sério risco de extinção.

   No mundo todo restam, no máximo, 250 deles tentando subsistir em algumas áreas do interior da Argentina, do Paraguai e do Brasil. Por aqui, ainda são avistados de forma esparsa na Chapada dos Veadeiros, em Goiás, e no Jalapão, no Tocantins. O maior grupo, com cerca de 100 espécimes, resiste na serra da Canastra, no sudoeste de Minas Gerais, em um trecho perto dos limites do parque nacional homônimo. A razão principal dessa surpreendente população está na excelência das águas do São Francisco e de alguns de seus afluentes em um pequeno trecho que vai do alto da serra até a parte baixa da cachoeira Casca d'Anta - o cartão-postal do parque -, em um raio de 50 quilômetros desde a sua nascente.

   Atualmente, sabe-se que os mais terríveis inimigos da ave são a retirada da mata ciliar, o assoreamento do São Francisco, a expansão da agropecuária e o uso de agrotóxicos. “O crescimento do turismo desorganizado e a prática de esportes radicais nas proximidades de seu território também tiram o sossego desses animais, arredios e assustadiços.

   Seu bico longo, fino, serrilhado e recurvo é adaptado para capturar peixes com mergulhos de extrema destreza. Penacho nucal desenvolvido e preto (preto esverdeado no macho, menor e cor de chocolate na fêmea). Silhueta baixa quando nada. Grande marca dividida na asa. Pés vermelhos. Apresenta asa de 21 centimetros, a cauda de 10 centimetros, um bico de 3,2 centimetros em média e tarso de 4,2 centimetros. Mede cerca de 55 centimetros.

   Sobe e desce rios encachoeirados à procura de pequenos peixes (Characidae).  A espécie necessita de correntes d'água 100% limpas e claras, protegidas por matas ciliares preservadas e com abundância de peixes, em especial o lambari.

   São monogâmicos, com período reprodutivo entre maio e setembro, quando chocam até oito ovos por ninhada. Os filhotes nascem depois de pouco mais de 30 dias de incubação e permanecem com os pais por até dez meses.

   Nidifica nos ocos das árvores à beira dos rios. Voa baixo ao longo do rio, pousando em rochas, bancos de areia (praia) e troncos caídos na água. Uma das poucas aves brasileiras adaptadas a rios de regiões de planalto. Nidifica nos ocos das árvores à beira dos rios. Voa baixo ao longo do rio, pousando em rochas, bancos de areia (praia) e troncos caídos na água. Uma das poucas aves brasileiras adaptadas a rios de regiões de planalto.
    

domingo, 30 de setembro de 2012

Arara-azul-de-lear

   A Arara-azul-de-lear é um Psittaciforme da família Psittacidae. Também conhecida como Arara e Arara-azul-menor. Criticamente ameaçada, é uma das aves mais raras do mundo. Sua população é de cerca de 1.200 indivíduos.

   Chega até 75 cm de comprimento e pesa 940 gramas. É parecida com a Arara-azul-grande (Anodorhynchus hyacinthinus), mas é bem menor, sua plumagem é menos brilhante e a mancha amarela que ambas têm junto ao bico é maior na arara-azul-de-lear.

   Alimentam-se principalmente dos coquinhos da palmeira Licuri (Syagrus coronata), que apanha pousando nas folhas ou até mesmo no chão, e dos frutos da Braúna. Ultimamente eles têm se acostumado a comer milho verde.

   Em geral, com a chegada das chuvas no final de ano, é quando inicia-se a sua época reprodutiva. Neste período, o casal se separa do bando. Faz o ninho em tocas nas paredes dos desfiladeiros do Raso da Catarina, em locais praticamente inacessíveis. O casal fica sempre junto e cada ninhada tem cerca de 2 ovos.

   Vive numa região extremamente restrita do sertão baiano, nos desfiladeiros da Reserva Ecológica Raso da Catarina, próximo à cidade de Paulo Afonso, no norte do sertão baiano. E também na Reserva Biológica de Canudos, no mesmo estado (BA).
   
   

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Lobo cinzento


   Ele está sempre em algum lugar por perto, mas odeia encontro cara a cara. Prefere agir à noite, quando são menores as chances de ser pego em flagrante delito. No escuro, o lobo invade o território dos humanos e mata animais indefesos, como cordeiros e galinhas. Os uivos chorosos são o sinal de que o predador invisível está próximo. Quando o fazendeiro finalmente chega à cena do crime, só encontra penas e sangue. Esse comportamento de caça fez o estigma do lobo-cinzento, o maior e mais numeroso dos lobos: sorrateiro, desleal, quase sobrenatural na capacidade de matar e sumir. Deu origem a lendas de terror e detonou uma perseguição que quase acabou com a espécie.
   O oportunismo não passa de uma estratégia de sobrevivência do lobo, animal que, se não tem o porte e a força de um leão, é inteligente o bastante para avaliar custos e benefícios nas caçadas. Mas só vai atrás de frangos quando a coisa realmente aperta – entre eles e um animal maior, como um alce, o lobo geralmente fica com o segundo. É mais vantajoso abater um jantar que dê para toda a família.
   E a ajuda dos parentes – a alcatéia – é essencial no momento de encarar presas tamanho família. Um lobo-cinzento dificilmente atinge os 50 quilos – e sozinho nunca teria chances frente a um alce com dez vezes o seu peso e 2 metros de altura. “Na maioria das vezes, apenas um ou dois lobos realmente matam a presa, mas é correto dizer que todos os animais participam da caçada, porque todos ajudam a amedrontar e a cansar a vítima”, diz o biólogo Marco Musiani, da Universidade de Roma, Itália.
   Tudo na vida lupina gira em torno da alcatéia. Elas são compostas de seis a oito indivíduos, em média. “Mas existem alcatéias de até 20 lobos, e outras de apenas dois”, afirma Marco. Independentemente do número de lobos que formam uma alcatéia, uma coisa é certa: em todas elas há uma rigorosa hierarquia. Os pais são os animais dominantes (os “alfa”), e usam linguagem corporal – andar com o rabo levantado, por exemplo – para indicar seu poder. Apenas eles podem se reproduzir dentro da alcatéia. São eles que lideram as caçadas, que demarcam o território e que ficam com os melhores pedaços das presas abatidas. E também são eles que tomam a dianteira em caso de terem de defender uma presa recém-abatida de alguma alcatéia rival.
   A caçada em grupo requer planejamento. Primeiro, a alcatéia localiza a presa e se aproxima silenciosamente. Então, quando todos já estão próximos o suficiente e a presa já percebeu o ataque iminente, começa uma frenética perseguição, em que os lobos podem correr a uma velocidade de até 56 km/h. Quando estão prontos para atacar, cravam seus longos e afiados caninos geralmente no traseiro, flanco, ombros, pescoço ou nariz da presa. Depois de abatê-la, é hora de encher o estômago. No lobo, esse órgão pode armazenar cerca de 10 quilos de alimento para ser digerido depois – uma vantagem considerável, já que em ambientes selvagens nunca se sabe quando virá a próxima refeição. “Na natureza, um lobo se alimenta cerca de uma vez por semana,” diz Marco Musiani.
   Lobos são animais territoriais e estabelecem suas fronteiras com marcas de urina e fezes. Geralmente, eles conhecem muito bem seu pedaço de terra, que pode variar de 40 quilômetros quadrados a mais de 1 000 quilômetros quadrados. De tempos em tempos, percorrem-no para monitorar a oferta de potenciais vítimas. Um animal pode rondar até 50 quilômetros em um único dia. Ele é equipado para viagens longas: tem pernas compridas e patas largas, que o ajudam a se locomover na neve, e coração e pulmão grandes.
   Outros órgãos cruciais são o nariz e os olhos. O olfato de um lobo, cerca de 100 vezes mais apurado que o nosso, permite que o animal fareje presas a até 5 quilômetros de distância. Basta um ínfimo traço de odor no ar para que o lobo consiga identificar sua possível vítima e ainda ter noção das condições de saúde dela. Além disso, um lobo enxerga tão bem à noite quanto de dia. “Suas retinas têm uma quantidade maior de células adaptadas à visão noturna”, diz o biólogo Marco. Uma camada espelhada na retina reflete toda a luz disponível de volta para o olho. E sua visão periférica é sensível a movimentos repentinos.
   Um incrível senso de oportunidade soma-se aos sentidos afiados do lobo. A caçada é facilitada pela escolha minuciosa da vítima, quase sempre vulnerável. A astúcia do lobo o leva aos doentes, aos feridos, aos velhos, aos filhotes. O que é bom até para as vítimas: ao matar os fracos, os lobos contribuem para uma população mais saudável de presas.
   É no fim do inverno que os lobos têm mais facilidade para encontrar essas vítimas vulneráveis. A piora nas condições do tempo faz com que elas encontrem menos alimento e fiquem mais fracas – uma vantagem para o predador. A temporada de caça também é boa durante o verão, quando nascem os filhotes das presas preferidas dos lobos – que não são humanos. “A maior parte das pessoas tem muito medo de lobos. Isso é uma atitude irracional”, afirma Marco Musiani. Ataques de lobos a pessoas são acontecimentos muito raros – mas ocorrem. Entre abril de 1993 e abril de 1995, eles invadiram repetidamente 63 aldeias no estado de Bihar, na Índia, e arrastaram 80 pessoas da cama para a floresta. Apenas 20 foram resgatadas. Como fazem com outros animais, os lobos preferiram atacar filhotes: 90% das vítimas eram crianças.
 

domingo, 22 de julho de 2012

Ararajuba

   Mede cerca de 34cm. de comprimento. A ararajuba apresenta as cores da bandeira brasileira (amarela com as pontas das asas verdes), por isso é considerada a melhor alternativa para ser escolhida como Ave Nacional.
    Alimenta-se de semente, frutos oleosos, frutas e flores.
   Procura árvores altas e ocas para construir seus ninhos, dentro de uma câmera profunda que impeça a ação de predadores, como os tucanos. Nesse local, colocam de dois a três ovos que são incubados por aproximadamente 30 dias, não somente pelos pais, mas também por outros indivíduos do bando. Esses “ajudantes” colaboram ainda no cuidado com os filhotes até que se tornem adultos.
   Habita a copa de florestas úmidas altas. É bastante social, inclusive no período reprodutivo, vivendo em bandos de 4 a 10 indivíduos. É justamente nas áreas de ocorrência da espécie, que se verificam os mais altos índices de desmatamento na Amazônia para formação de pastagens. Dessa forma, a perda de seu habitat é uma das principais ameaças que colocam em risco a sobrevivência dessas aves. O tráfico de aves silvestres é outro fator que contribui significativamente para redução desses indivíduos na natureza.
            

quinta-feira, 19 de julho de 2012

Bufalo-africano

   O búfalo-africano(Também conhecido como búfalo-cafre, búfalo-do-cabo, búfalo negro africano ou ainda búfalo-da-cafraria), de nome científico Syncerus caffer, é um mamífero bovino nativo da África. É um herbívoro de grandes dimensões. A Fêmea adulta chega a 1,60 metros de altura e cerca de 500 kg a 600 kg de peso. O Macho adulto é ainda maior, chegando a cerca de 1,75 ou até a 1,80 metros de altura(medidas tomadas desde o chão até a altura máxima da espádua) e 900 kg de peso.
   O búfalo-africano embora fisicamente semelhante ao búfalo comum encontrado na pecuária do norte do Brasil, é um animal de maior porte e selvagem. O búfalo adulto é muito forte, impondo respeito mesmo a um grupo de leões que possa cruzar o seu caminho. Além do homem, possui como predador natural o leão, mas mesmo um indivíduo da manada é capaz de se defender usando a força ou a proteção da própria manada. Regularmente pelo número de animais na manada, pela dispersão no terreno e pela falta de defesa de animais idosos, os leões podem matar e comer um búfalo, mas isto exige que um grupo de leões se organize e ataque um único animal. É muito raro um leão conseguir ferir com gravidade ou matar um búfalo adulto atacando-o sozinho. Outros predadores como as hienas e os leopardos, somente conseguem atacar um búfalo novo e que por algum motivo encontra-se desprotegido da manada. O búfalo-africano nunca foi domesticado e permanece selvagem em regiões e parques nacionais da savana africana.
   O búfalo-africano, também chamado de búfalo-do-cabo, é encontrado normalmente nas pradarias (grasslands) e na savana, nos seguintes países: Etiópia, Somália, Zâmbia,Zimbábue, Namíbia, Botswana, Moçambique, África do Sul, Quênia e Tanzânia.
   No passado a população dos búfalos-africanos chegou a 10 milhões de animais, atualmente estima-se que sobrevivem 900.000, sendo a maioria na savana da África oriental. Os motivos para a diminuição da população dos búfalos-africanos foi a caça predatória, o uso do seu habitat como campos de agricultura, secas e a introdução no continente africano de pestes e doenças. Atualmente é considerado um animal fora do risco de extinção devido a proteção em parques nacionais e reservas privadas nas regiões da savana africana, entretanto o seu habitat é diminuído em área a cada ano (Huffman, 2006).
Serengeti Bueffel1.jpg    

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Ornitorrinco


   O ornitorrinco (nome científico: Ornithorhynchus anatinus, do grego: ornitho, ave +rhynchus, bico; e do latim: anati, pato + inus, semelhante a: "com bico de ave, semelhante a pato") é um mamífero semiaquático natural da Austrália e Tasmânia. É o único representante vivo da família Ornithorhynchidae, e a única espécie do gênero Ornithorhynchus. Juntamente com as equidnas, formam o grupo dos monotremados, os únicos mamíferos ovíparos existentes. A espécie é monotípica.
   O ornitorrinco possui hábito crepuscular e/ou noturno. Carnívoro, alimenta-se de insetos,vermes e crustáceos de água doce. Possui diversas adaptações para a vida em rios e lagoas, entre elas as membranas interdigitais, mais proeminentes nas patas dianteiras. É um animal ovíparo, cuja fêmea põe cerca de dois ovos, que incuba por aproximadamente dez dias num ninho especialmente construído. Os monotremados recém-eclodidos apresentam um dente similar ao das aves (um carúnculo), utilizado na abertura da casca; os adultos não possuem dentes. A fêmea não possui mamas, e o leite é diretamente lambido dos poros e sulcos abdominais. E os machos possuem esporões venenosos nas patas, que são utilizados principalmente para defesa territorial e contra predadores. Possui uma cauda similar a de um castor.
   As características atípicas do ornitorrinco fizeram com que o primeiro espécime empalhado levado para a Inglaterra fosse classificado pela comunidade científica como um embuste. Hoje, ele é um ícone nacional da Austrália, aparecendo como mascote em competições e eventos e em uma das faces da moeda de vinte centavos do dólar australiano. É uma espécie pouco ameaçada de extinção. Recentes pesquisas estão sequenciando o genoma do ornitorrinco e pesquisadores já descobriram vários genes que são compartilhados tanto com répteis como com as aves. Mas cerca de 82% do seus genes são compartilhados com outras espécies de mamíferos já sequenciadas, como ocachorro, a ratazana e o homem.
        

domingo, 15 de julho de 2012

Falcão-peregrino

   falcão-peregrino (Falco peregrinus) é uma ave de rapina diurna de médio porte que pode ser encontrada em todos os continentes excepto na Antártida. A espécie prefere habitats em zonas montanhosas ou costeiras, mas pode também ser encontrado em grandes cidades como Nova Iorque. Na América do Sul, ele só surge como espécie migratória, não nidificando aqui. Como ave reprodutora, é substituído na América do Sul por uma espécie similar e um pouco menor, o falcão-de-peito-laranja.
   O falcão peregrino é uma ave de médio porte, corpo compacto, pescoço curto e cabeça arredondada com grandes olhos negros. Na Península Ibérica, o comprimento do falcão peregrino varia entre os 40 e os 50 cm, o peso médio de um macho adulto rondará as 600 gramas e o de uma fêmea anda à volta das 900 gramas.
   A perfeita e rápida locomoção no ar deve-se a diversas adaptações. Sendo uma ave, o seu corpo é revestido com penas, que têm origem na epiderme, as quais têm uma função isoladora e são impermeáveis. No geral, as penas apresentam uma cor azul-acinzentada com listas escuras, sendo as das asas rígidas e as restantes bem justas ao corpo. Na cabeça têm uma coroa preta, a cauda tem pontas brancas e a sua barriga esbranquiçada apresenta pintas. As asas apresentam uma envergadura entre os 80 e os 115 centímetros. A sua cauda é curta, ao contrário das suas asas que são longas e ponte agudas, e as patas estreitas e longas. Todo o seu corpo se encontra bem adaptado às suas performances de voo.
   Esta ave possuí hábitos diurnos, apesar de por vezes também apresentar atividades noturnas.
   A reprodução do falcão é sexuada, isto é, realiza-se com a intervenção de um macho e de uma fêmea. Esta ave é um animal ovíparo, porque se desenvolve dentro de um ovo e fora do corpo materno. Neste caso, o embrião alimenta-se das substâncias nutritivas de reserva que estão no interior do ovo.
   Geralmente, o falcão peregrino põe os seus ovos (103 ovos) num penhasco, muitas vezes sem ninho e são incubados pelo casal de pais durante um mês. Durante esse mês, embora os dois progenitores cacem, é normalmente a fêmea que leva a comida para o ninho e, quando isto não acontece, o macho apenas vai depositar a captura para que a sua companheira trate da prole.
  

sábado, 14 de julho de 2012

Capivara

   Encontrada em certas áreas das Américas do Sul e Central, próximo a rios e lagos, a capivara (Hydrochoerus hydrochaeris), também chamada de carpincho e capincho, é o maior roedor do mundo. Alimenta-se de capins e ervas. Daí, a etimologia de seu nome: "capivara" procede do termo tupi kapi'wara, que significa "comedor de capim".
   É uma excelente nadadora, tendo inclusive pés com pequenas membranas. Ela se reproduz na água e a usa como defesa, escondendo-se de seus predadores. Ela pode permanecer submersa por alguns minutos. A capivara também é conhecida por dormir submersa com apenas o focinho fora d'água. No Pantanal, seus principais períodos de atividade são pela manhã e à tardinha, mas em áreas mais críticas podem tornar-se exclusivamente noturnas. Nas décadas de 1960 e 1970, as capivaras foram caçadas comercialmente no Pantanal, por sua pele e pelo seu óleo, que era considerado como tendo propriedades medicinais. Estudos posteriores indicam que pode haver, no mínimo, cerca de 400 mil capivaras em todo o Pantanal.
   A capivara, como animal pastador, utiliza a água como refúgio, e não como fonte de alimentos, o que a torna muito tolerante à vida em ambientes alterados pelo homem: tornou-se famoso o caso da "capivara da lagoa", que viveu durante meses no entorno daLagoa Rodrigo de Freitas na área urbana do Rio de Janeiro, assim como é notória a presença de capivaras em partes dos rios Tietê e Pinheiros, em plena São Paulo, apesar do altíssimo índice de poluição destes rios.
   Nas regiões ao longo do Rio Paraná no sul do Brasil e norte da Argentina, as capivaras são freqüentemente capturadas e aprisionadas para criações em cativeiro ou para serem abatidas como carne de caça. Entretanto, no Brasil, esta prática tem de ser precedida de projeto e licenciada pelos órgãos de controle ambiental sob pena de configurar crime ambiental, já que a capivara é uma espécie protegida por lei.
   

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Lobo-guará


   O lobo-guará (Chrysocyon brachyurus), também chamado guaráaguará e aguaraçu, é o maior canídeo nativo da América do Sul. A sua distribuição geográfica estende-se pelo sul do Brasil, Paraguai, Peru e Bolívia a leste dos Andes, estando extinto no Uruguai e talvez na Argentina, e é considerado uma espécie ameaçada. O Brasil abriga o maior número de animais; dos cerca de 25 000 indivíduos da espécie, cerca de 22 000 estão em território brasileiro. Os biomas de sua ocorrência no Brasil são: cerrado,Pantanal, Campos do Sul, parte da caatinga e Mata Atlântica, sendo frequentemente encontrado nos Campos Gerais, região do estado do Paraná, próximo à cidade de Guarapuava (o nome da cidade é uma referência ao animal).
   O lobo-guará mede cerca de 1,30 metros no ombro e pesa entre 20 e 25 kg. A sua pelagem característica é avermelhada por todo o corpo, exceto no pescoço, lombo, patas e ponta da cauda, que são de cor preta, podendo as pontas da cauda, das orelhas e do papo serem da cor branca. Ao contrário dos lobos, esta espécie não forma alcateias e tem hábitos solitários, juntando-se apenas em casais durante a época de reprodução.
   gestação dura em média 65 dias e resulta em ninhadas de até seis crias sendo dois o número médio de crias que nascem entre junho e setembro. Os filhotes nascem pretos, com a ponta da cauda branca e pesam entre 340 gramas e 410 gramas. Sua maturidade sexual acontece com um ano de idade. o lobo guará tem seus filhotes somente no mês de junho e quando nascem a fêmea não sai da toca e é alimentada pelo macho.
   O lobo-guará caça preferencialmente de noite e ataca pequenos mamíferos,roedores e aves, mas a sua dieta tem uma forte componente onívora. Estes animais são bastante dependentes da lobeira (Solanum lycocarpum) e estabelecem, com esta planta, uma relação simbiótica: sem os frutos da lobeira, o lobo-guará morre de complicações renais causadas por nemátodos. Em contrapartida, o guará tem um papel fundamental na dispersão das sementes dessa planta.
  

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Cardeal-amarelo


  O Cardeal-amarelo é um Passeriforme da família Emberizidae.Mede cerca de 19,2 cm de comprimento. Fêmea com faixa superciliar e estria malar brancos, peito cinzento. Pássaro de extraordinária beleza física e sonora.
   Granívoro, sim, mas igualmente insetívoro, pode ser visto em campos planos e em plantações de grãos ou naturais, preferindo se alimentar em solos úmidos, na beira de córregos, muitas vezes perto das rochas.
   Os cardeais são territorialistas no período de reprodução, precisam se afastar ao menos 1 km de outro casal. Cada ninhada geralmente tem entre 3 e 5 ovos, tendo até 2 ninhadas por estação, se é chuvosa. Os filhotes nascem após 12 ou 13 dias, e ficam com os pais até julho ou agosto.
   Vive em campos sujos, mas tambem nos campos de morros pequenos, com poucas rochas no solo, na beira de córregos. Na época da muda, forma bandos muito pequenos, geralmente de um casal e seus filhotes da temporada, as vezes aparece junto a eles uma fêmea adulta isolada, mas jamais dois machos adultos, se algum estranho chega perto, rechaçam prontamente.
    
Cardeal macho                                     Cardeal fêmea                                      Cardeal jovem

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Rinoceronte negro


   rinoceronte-negro (Diceros bicornis) é uma espécie apenas se encontra já em pequenos territórios protegidos, muito dispersos, pelo Sul continente africano, nomeadamente na Zâmbia, Zimbawe, Botswana, Namíbia, Quénia e África do Sul.
   O rinoceronte negro não é muito diferente do branco, é apenas ligeiramente mais pequeno e a sua boca apresenta um formato distinto. Quanto à cor, e apesar do nome, é muito semelhante, não sendo por aí que se encontram diferenças significativas.
   Caçado durante centenas de anos, quase até à extinção, por causa dos seus dois chifres, aos quais eram atribuídas propriedades medicinais, existem hoje apenas cerca de 3000 indivíduos a viver em liberdade. No entanto, em meados dos anos 90 só estavam registados e monitorizados pouco mais de 2100, mas a partir dessa altura um projeto para protecção desta espécie, apoiado por várias instituições a nível mundial, inverteu felizmente essa tendência para os números mais confortáveis que hoje conhecemos, e pode ter sido, assim, evitado o desaparecimento definitivo desta espécie.
   O tempo de gestação dos rinocerontes é de aproximadamente 480 dias. O facto de este ser elevado, tem sido um dos motivos que dificulta a sua reprodução e que não permite ainda uma maior garantia de sobrevivência desta espécie. Normalmente, nasce apenas uma cria, que é amamentada pela mãe até aos dois anos.
   O rinoceronte é um herbívoro habituado a uma alimentação diversificada, que se adapta bem a diferentes tipos de plantas, já que ao longo do ano o tipo de vegetação disponível vai variando. Necessita muitas vezes de percorrer distâncias consideráveis, até encontrar pasto suficiente para a sua sobrevivência, e água para os seus banhos, necessários para hidratar a pele e para se livrar da nuvem de insectos que o acompanha.
   O rinoceronte vê muito mal, mas tem um excelente olfacto e também uma aparelho auditivo prodigioso. Quanto se sente ameaçado, sobretudo o rinoceronte negro, investe de forma implacável sobre tudo o que mexe, apesar de nem sempre saber sobre o que está a investir. A procura de alimento é feita a partir dos cheiros que aprende a reconhecer, durante o tempo em que é apenas amamentado pela mãe. Quando adulto, sabe perfeitamente distinguir os cheiros característicos dos alimentos que mais lhe agradam.
   Um rinoceronte negro pode ter em média 1,60 m de altura, 3,80 m de comprimento e pesar mais de 3000 kg. A sua esperança de vida ronda os 30 a 35 anos em liberdade, podendo em cativeiro durar alguns, mas poucos, anos mais.